top of page

FRED SELVA

Filho de palhaço, minhas primeiras experiências artísticas foram na infância com o nariz vermelho. Não me lembro quando comecei, mas sempre acompanhei meu pai, Cícero Silva, no teatro e em festivais de circo. Cheguei a realizar alguns trabalhos de publicidade e na TV ainda criança, mas esses registros foram perdidos. Aos 8 anos de idade comecei a estudar percussão com Carlos Bolão, que foi parceiro de Caetano Veloso nos anos 80. Minha especialidade era percussão brasileira, principalmente instrumentos de mão. Um ano depois, Bolão me dispensou de suas aulas, disse pra eu estudar piano e me fez prometer nunca tocar violão. Obedeci. Durante a adolescência participei de diversas bandas, como o grupo Mutum, primeira banda da cantora e compositora Luiza Brina, integrei a Companhia Primitiva de Arte Negra do Mestre João Angoleiro, fiz parte do grupo Preto Serenata ao lado do vocalista Zé Mauro e acompanhei vários artistas em bares na capital mineira.

 

Mais tarde, incumbido da missão de entrar para a universidade, estudei na Fundação de Educação Artística e fui aprovado no Bacharelado em Percussão na Escola de Música da UFMG, com os professores Fernando Rocha e André "Limão" Queiroz. Passei pela percussão clássica, pela música contemporânea e o que mais me capturou foram os mallets: me dediquei ao vibrafone, jazz e improvisação, apareceram gigs e comecei a tocar com alguns dos meus músicos favoritos do país como Frederico Heliodoro, Joana Queiroz, Pedro Martins. Participei de turnê em diversas cidades na Bélgica ao lado da cantora Coline Levaux. Em 2015 me formei, fui premiado como compositor e arranjador pelo BDMG Instrumental, lancei meu primeiro disco "A Estranheza e O Poliglota" que recebeu o Prêmio Marco Antônio Araújo de melhor álbum instrumental de Minas Gerais e toquei em alguns dos principais circuitos de música do país, incluindo o Instrumental SESC Brasil.

Fui convidado pelo Savassi Festival a compor um concerto para vibrafones e banda no projeto Música Nova, que contou com a participação do músico português Eduardo Cardinho.

Em 2016 me mudei para Buenos Aires para estudar vibrafone jazz no Conservatório Manuel de Falla. Tive uma imersão no jazz clássico, na improvisação livre e rapidamente conquistei espaço na cena local, tocando ao lado de alguns dos principais músicos argentinos, como Hernán Jacinto, Andrés Beeuwsaert, Ramiro Flores, Quique Ferrari, Camila Nebbia e tantos outros. Fui integrante da "Orquesta Sin Fin" do maestro Ezequiel Mantega, dividi o palco com Aca Seca Trio, Diego Schissi e o italiano Stefano Bollani. Por outro lado, na vastidão da noite portenha, me envolvi com artistas eletrônicos do noise e do IDM e fui rapidamente sugado por esse universo: passei a estudar Ableton Live, sound design, síntese sonora, produção eletrônica. Em 2018 lancei meu segundo álbum "Oculto", tocava várias vezes por semana em diferentes circuitos musicais de Buenos Aires e fazia turnês pelo país com a banda de "Khea" que era o  top 1 trapper latinamericano nessa época. Ainda assim, a crise econômica na Argentina fez com que eu tivesse que voltar para casa.

 

De volta a Belo Horizonte, fui sobrecarregado de convites para participar de shows e discos de diversos artistas e gêneros musicais, devido à versatilidade de experiências musicais que vinha colecionando. Atuei ao lado de Jennifer Souza, Marcus Abjaud, Rafael Martini, Antonio Loureiro. Sobrevivi à pandemia dando aulas online de Ableton Live para mais de 40 alunos e comecei a estudar engenharia eletrônica básica e construção de sintetizadores analógicos. Montei meu home estúdio onde produzi singles, shows e discos dos mais diversos artistas sul americanos de hip hop, afrobeat, canção, indie, música experimental, etcétera. Em 2022 fui convidado por Daniel Santiago e Fernando Anitelli para fazer parte da banda "O Teatro Mágico", com a qual passei por diversos estados brasileiros em um curto período.

 

Nesse mesmo ano, fui selecionado pelo Cirque du Soleil para integrar o espetáculo "Bazzar" onde toco percussão, mallets além de atuar na mise-en-scène. Realizei mais de 450 shows nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago, Bogotá e Buenos Aires e atualmente estou em turnê norte americana, que planeja passar por mais de 8 cidades dos Estados Unidos.

 

Em 2024 lançarei meu terceiro álbum, em parceria com o cantor, compositor e poeta argentino Tristan Barbosa.

Son of a clown, my first artistic experiences were in childhood with the red nose. I don't remember when I started, but I always accompanied my father, Cícero Silva, to the theater and circus festivals. I did some advertising and TV work as a child, but these records were lost. At the age of 8 I started studying percussion with Carlos Bolão, who was Caetano Veloso's partner in the 80s. My specialty was Brazilian percussion, mainly hand instruments. A year later, Bolão dismissed me from his classes, told me to study piano and made me promise never to play the guitar. I obeyed. During my teenage years I participated in several bands, such as the group Mutum, the first band of singer and composer Luiza Brina, I was part of Companhia Primitiva de Arte Negra by Mestre João Angoleiro, I was part of the group Preto Serenata alongside vocalist Zé Mauro and I accompanied several artists in bars in the capital of Minas Gerais.

 

Later, with the mission of entering university, I studied at the Artistic Education Foundation and was approved for a Bachelor's degree in Percussion at the UFMG School of Music, with professors Fernando Rocha and André "Limão" Queiroz. I went through classical percussion, contemporary music and what captured me most were mallets: I dedicated myself to vibraphone, jazz and improvisation, gigs appeared and I started playing with some of my favorite musicians in the country such as Frederico Heliodoro, Joana Queiroz, Pedro Martins. I participated in a tour in several cities in Belgium alongside singer Coline Levaux. In 2015 I graduated, I was awarded as a composer and arranger by BDMG Instrumental, I released my first album "A Estranheza e O Poliglota" which received the Marco Antônio Araújo Award for best instrumental album in Minas Gerais and I played in some of the main music circuits in the country, including the Instrumental SESC Brasil.

I was invited by the Savassi Festival to compose a concerto for vibraphones and band in the Música Nova project, which featured the participation of Portuguese musician Eduardo Cardinho.​

In 2016 I moved to Buenos Aires to study jazz vibraphone at the Manuel de Falla Conservatory. I was immersed in classic jazz, free improvisation and quickly gained space in the local scene, playing alongside some of the main Argentine musicians, such as Hernán Jacinto, Andrés Beeuwsaert, Ramiro Flores, Quique Ferrari, Camila Nebbia and many others. I was a member of maestro Ezequiel Mantega's "Orquesta Sin Fin", I shared the stage with Aca Seca Trio, Diego Schissi and the Italian Stefano Bollani. On the other hand, in the vastness of the Buenos Aires night life, I got involved with electronic noise and IDM artists and was quickly sucked into this universe: I started studying Ableton Live, sound design, sound synthesis, electronic production. In 2018 I released my second album "Oculto", I played several times a week in different music circuits in Buenos Aires and toured the country with "Khea", which was the top 1 Latin American trapper at that time. Still, the economic crisis in Argentina made me return home.

 

Back in Belo Horizonte, I was overwhelmed with invitations to participate in shows and albums by different artists and musical genres, due to the versatility of musical experiences I had been collecting. I acted alongside Jennifer Souza, Marcus Abjaud, Rafael Martini, Antonio Loureiro. I survived the pandemic by teaching online Ableton Live classes to more than 40 students and began studying basic electronic engineering and building analog synthesizers. I set up my home studio where I produced singles, shows and records by the most diverse South American artists in hip hop, afrobeat, songs, indie, experimental music, etc. In 2022 I was invited by Daniel Santiago and Fernando Anitelli to be part of the band "O Teatro Mágico", with which I toured several Brazilian states in a short period.

 

That same year, I was selected by Cirque du Soleil to be part of the show "Bazzar" where I play percussion and mallets in addition to acting in the mise-en-scène. I performed more than 450 shows in the cities of São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago, Bogotá and Buenos Aires and I am currently on a North American tour, which plans to visit more than 8 cities in the United States.

 

In 2024 I will release my third album, in partnership with Argentine singer, songwriter and poet Tristan Barbosa.

foto:

Maria Navarro

bottom of page